quarta-feira, 30 de abril de 2014

Resumo: O que foi o Pré-modernismo?

O Pré-Modernismo é um movimento literário, mas que não constitui verdadeiramente um estilo, e sim uma transição entre as tendências modernas europeias e o Modernismo, a se desenrolar no Brasil com a Semana de Arte Moderna, em 1922. Portou atores com estilos levemente diferenciados, uns com raízes nos movimentos anteriores, outros rumando para mudanças drásticas. Euclides da Cunha e Monteiro Lobato foram autores que se preocuparam em mostrar o Brasil que a população não conhecia em suas obras. Augusto dos Anjos, ainda um pouco preso às vanguardas europeias, injeta um cientificismo e um pessimismo pouco aplicáveis à mentalidade desse movimento; mas, como se trata apenas de um movimento de transição, este também se encaixa. 
Apesar de o Pré-Modernismo não constituir uma "escola literária", apresentando individualidades muito fortes, com estilos — as vezes antagônicos — como é o caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, podemos perceber alguns pontos comuns às principais obras pré-modernistas: Apesar de alguns conservadorismos, o caráter inovador de algumas obras, que representa uma ruptura com o passado, com o academicismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteada de palavras "não-poéticas", como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta a poesia parnasiana ainda em vigor. Lima Barreto ironiza tanto os escritores "importantes" que utilizavam uma linguagem pomposa quanto os leitores que se deixavam impressionar: "Quanto mais incompreensível é ela (a linguagem), mais admirado é o escritor que a escreve, por todos que não lhe entenderam o escrito" (Os bruzundangas).